Fundamentação:

O combate à propagação do vírus COVID-19 e as consequentes orientações do governo para diminuição dos contactos sociais, gera uma preocupação acrescida com os idosos e doentes mais vulneráveis. A situação extraordinária que estamos a viver justifica a necessidade de reforço da articulação entre instituições já habituadas à intervenção em parceria no terreno.

O Centro de Saúde de Portalegre, a Polícia de Segurança Pública, a Guarda Nacional Republicana, a Câmara Municipal de Portalegre, a Delegação de Portalegre da Cruz Vermelha Portuguesa, a Cáritas Diocesana de Portalegre e Castelo Branco, o Centro de Apoio à Vida Independente e a Liga Portuguesa Contra o Cancro – Grupo de Apoio de Portalegre intervêm diariamente com situações de idosos e doentes vulneráveis, que manifestam frequentemente dificuldades no acesso às respostas e serviços da comunidade. Alguns destes utentes, com quem as referidas instituições se relacionam regularmente, têm redes de apoio social vulneráveis, que podem aumentar a sua fragilidade no contexto do combate ao vírus.

Os profissionais envolvidos têm conhecimento e experiência significativa de intervenção no terreno e são também interventores privilegiados na sinalização das situações de maior vulnerabilidade e/ou risco de perda da sua rede social de apoio. Pretende-se, assim, nesta situação extraordinária, identificar as situações de maior risco social e estabelecer contactos mais regulares (de preferência telefonicamente), na tentativa de antecipar a perda de apoio e de identificar necessidades acrescidas decorrentes das consequências desta nova e temporária organização da comunidade. Da relação destas instituições, estamos certos que surgirão importantes estratégias de prevenção de desproteção social.

 

Destinatários:

– Idosos e/ou doentes – identificados pelas instituições envolvidas;

– Com redes sociais de apoio frágeis.

Objetivo:

– Garantir segurança e suporte aos idosos e/ou doentes – identificados pelas instituições envolvidas – antecipando a eventual perda temporária da rede social de apoio na sequência do COVID-19.

– Contribuir para a diminuição do perigo de contágio do grupo de risco dos idosos e/ou doentes – identificados pelas instituições envolvidas – através da diminuição da necessidade de contacto social.

Entidades envolvidas:

– Câmara Municipal de Portalegre,

– Cáritas Diocesana de Portalegre – Castelo Branco,

– Centro de Apoio à Vida Independente

– Centro de Saúde de Portalegre,

– Cruz Vermelha Portuguesa,

– Guarda Nacional Republicana,

– Liga Portuguesa Contra o Cancro – Grupo de Apoio de Portalegre

– Polícia de Segurança Pública,

Nº de utentes sinalizados:

– 134 (número que pode sofrer alterações)

Funcionamento:

1. Pretende-se que cada instituição parceira, através dos seus profissionais envolvidos, faça contactos telefónicos regulares com os utentes por si sinalizados (com periodicidade diária ou a que melhor se adaptar à situação em questão), confirmando o normal funcionamento da rede social de apoio;
2. Na existência de diminuição do referido apoio, pretende-se identificar as necessidades de subsistência que não se encontrem satisfeitas e desenvolver diligências no sentido da sua satisfação. As necessidades de subsistência aqui consideradas são o acesso à alimentação e o acesso à medicação;
3. Cada instituição envolvida pode providenciar, com os seus próprios colaboradores, a satisfação das necessidades identificadas (se entender existir capacidade para tal) ou recorrer a um grupo de voluntariado criado para o efeito.
4. Este grupo de voluntariado foi criado com a colaboração da Cruz Vermelha de Portalegre, que prontamente disponibilizou a sua equipa multidisciplinar do Projeto “Montes Solidários”, constituída por 1 assistente social, 1 psicólogo(a) e 1 enfermeiro(a). Aguarda-se eventual reforço deste grupo com voluntários identificados pela Cáritas Diocesana de Portalegre e Castelo Branco. Esta equipa (devidamente protegida) disponibiliza-se para fazer as compras e entregar em casa dos utentes os bens alimentares e/ou a medicação necessária, evitando que este grupo de risco se exponha aos perigos do contágio. Esta equipa também se disponibilizou para eventuais contactos telefónicos.

Nota:

Outras necessidades identificadas na sequência destes contactos (que não se incluam nas necessidades acima referidas) e que exijam conhecimento profissional específico, serão articuladas com as instituições e/ou serviços existentes para o efeito.

No sentido de assegurar uma adequada atuação, de prevenir duplicação de intervenções e de evitar que surja alguma confusão com outras iniciativas que estão oportunamente a surgir na comunidade, devem ser consideradas as seguintes questões:

1. A intervenção deste grupo que se cria para o efeito destina-se aos utentes por si identificados, não obstante o normal contributo de cada serviço nos vários projetos existentes na comunidade;
2. A PSP, GNR, CMP, CAVI, Centro de Saúde de Portalegre e o Grupo Local de Portalegre da LPCC identificaram utentes e farão contactos telefónicos;
3. A Delegação de Portalegre da Cruz Vermelha Portuguesa constituiu um grupo de voluntariado, com 3 elementos, que fará os contactos com o exterior (compras e entregas no domicílio). Esta Delegação mostrou também disponibilidade para que estes elementos que constituem uma equipa multidisciplinar (serviço social, psicologia e enfermagem) possam efetuar alguns dos contactos telefónicos, desde que autorizados pelos idosos/doentes;
4. A Cáritas Diocesana de Portalegre e Castelo Branco encontra-se a agilizar contactos para reforçar o grupo de voluntariado;
5. No sentido de maximizar os resultados desta intervenção e aproveitando as mais-valias de cada entidade envolvida, parece oportuno aproveitar o contributo disponibilizado pela Câmara Municipal de Portalegre decorrente do contacto privilegiado que mantém com as superfícies comerciais. Se necessário, pode o grupo de voluntariado envolvido solicitar apoio à CMP para entrega antecipada da lista de compras dos utentes nas superfícies comerciais e assim garantir o seu fornecimento.