O Secretariado Diocesano da Pastoral Social, realizou a 1.ª Assembleia Diocesana da Pastoral Social que decorreu no auditório do Centro de Congressos da Câmara Municipal de Portalegre.

O Secretariado Diocesano da Pastoral Social, realizou a 1.ª Assembleia Diocesana da Pastoral Social que decorreu no auditório do Centro de Congressos da Câmara Municipal de Portalegre.

Elicídio Bilé, Presidente da Cáritas Diocesana e do Secretariado Diocesano da Pastoral Social, abriu os trabalhos definindo os objectivos da Assembleia referindo que, todos os anos, a Cáritas Diocesana realizava o “Encontro Diocesano da Cáritas com o objectivo de se reflectir e partilhar preocupações sociais e encontrar respostas que pudessem ajudar a promover e a integrar as pessoas mais carentes e, dar contributos para o desenvolvimento comunitário. Agora, tendo o Senhor Bispo, confiado à Direcção da Cáritas Diocesana a dinamização do Secretariado Diocesano da Pastoral Social, como estrutura de coordenação, têm sido promovidos encontros, ao nível arciprestal, com todos os párocos e com as diferentes obras, grupos, movimentos e instituições em geral da acção social e caritativa entre as quais, as obras de Institutos de Vida Consagrada, com o objectivo de organizar pastoralmente a acção da Igreja, complementando e valorizando a acção de cada um.

Todos conhecemos as dificuldades que estamos a viver neste tempo de incertezas, com as quais a Igreja se preocupa em encontrar respostas conjuntas que ajudem a minorar o sofrimento de tantas famílias que se vêem confrontadas com o problema do desemprego, com a pobreza, com a falta de esperança num futuro melhor.

A Igreja Diocesana, através da Cáritas, tem denunciado o imobilismo das diversas estruturas, quer públicas, quer privadas, perante o encerramento de tantas empresas, com os salários em atraso, com a falta de investimento em infra-estruturas, que não existem e, também, no plano do desenvolvimento humano e social, numa região envelhecida e desertificada como a nossa.

A Cáritas tem-se colocado à disposição das diversas entidades públicas, dos sindicatos e das comissões de trabalhadores, para promover a cooperação a discussão dos problemas e avançarem com propostas concretas, tendo em conta que os Distritos do interior têm cada vez menos força política, junto dos órgãos de soberania – executivo e legislativo.

Elicídio Bilé referiu ainda que, “no plano eclesial, também não podemos ficar de braços caídas à espera que o Estado tudo resolva. O princípio da subsidiariedade deve estar presente na nossa acção. Por isso, só estabelecendo a comunhão entre todos os Serviços, Obras e Movimentos da Pastoral Social, respeitando a identidade de cada instituição e grupo e, também, com o empenhamento de todos os baptizados, podemos ser consequentes na nossa acção, encontrando, em conjunto, as respostas mais adequadas. É um imperativo gerar comunhão. Não podemos trabalhar isoladamente”.

Esta é uma das razões da realização desta 1.ª Assembleia Diocesana da Pastoral Social, sob o lema “Deus Ama-nos, Amemos os Pobres também”, tendo como pano de fundo não só as realidades temporais, mas também dois acontecimentos muito importantes que estamos a celebrar: O “Ano Europeu de Luta Contra a Pobreza e a Exclusão Social” e o “Ano Sacerdotal”.

Realizaram-se três conferências:

1. “Pobreza e desigualdade” proferida pela Dr.ª Paula Cristina Nobre de Deus, da Arquidiocese de Évora, Técnica de Serviço Social e Vice-Presidente da CCDRA, que abordou a diversas facetas da pobreza, afirmando que “a erradicação da pobreza é uma utopia civilizacional” e que a qualificação do 3.º sector, através da Formação, dos financiamentos utilizando o Microcrédito e de outros incentivos ao investimento, são medidas que se impõem para ajudar a erradicar a pobreza.

2. “O Ministério do Padre – Expressão do Amor de Deus” proferida pelo senhor cónego Dr. Emanuel Silva, que fez a abordagem do Amor. O Amor de Deus no A.T. e no N.T. a partir da Cruz como Mistério Pleno do Amor de Deus: a Caridade, o Amor Cristão, e o perdão. Falou do Ministério do Padre como expressão do Amor de Deus, nas suas dimensões ontológica e pastoral.

3. “Pastoral Sociocaritativa – Fundamentos, Agentes e Métodos” proferida pelo Dr. Carlos Alberto das Neves Joaquim da Diocese de Coimbra na qual presta serviço como animador da Pastoral Social e técnico da Cáritas Diocesana de Coimbra. Abordou a necessidade de uma boa organização da pastoral social no contexto geral da pastoral. Litúrgica, profética e caritativa. Afirmou que sem uma boa estrutura, não haverá um bom conteúdo, dizendo que, “se deitarmos um bom vinho num mau pipo, estragamos o vinho”.

O Senhor Bispo encerrou a Assembleia com palavras de estímulo e incentivo à comunhão de todos os serviços, movimentos e obras da pastoral social, para uma resposta eficaz aos problemas que enfrentamos e às necessidades materiais e espirituais do ser humano. Referindo que a Caridade necessita de organização para responder às diversas formas de pobreza na nossa diocese. Apontou a necessidade de apostar na formação, de olhar às novas formas de pobreza e prestar atenção à solidão.

Portalegre, 8 de Maio de 2010

Secretariado Diocesano da Pastoral Social